13.7.07

...

Aquele era o tempo
Em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes as palavras voavam,
Eu via que o céu me nascia dos dedos
E a Ursa Maior eram ferros acesos.
Marinheiros perdidos em portos distantes,
Em bares escondidos,
Em sonhos gigantes.
E a cidade vazia,
Da cor do asfalto,
E alguém me pedia que cantasse mais alto.

Quem me leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

Aquele era o tempo
Em que as sombras se abriam,
Em que homens negavam
O que outros erguiam.
E eu bebia da vida em goles pequenos,
Tropeçava no riso, abraçava venenos.
De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala
Nem a falha no muro.
E alguém me gritava
Com voz de profeta
Que o caminho se faz
Entre o alvo e a seta.

Quem leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

De que serve ter o mapa
Se o fim está traçado,
De que serve a terra à vista
Se o barco está parado,
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta,
De que servem as palavras
Se a casa está deserta?

Quem me leva os meus fantasmas,
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?


(Quem me Leva os meus Fantastasmas-Pedro Abrunhosa)

3 comentários:

C@B disse...

Curioso...
Acordei a ouvir este álbum
e estou agora a tratar do "Intimidades"...

coincidências...

Rita disse...

isso agora!! com que então a menina também quer que alguém lhe leve os seus fantasmas, alguém que resolva os seus problemas?...
eu arrumo os meus debaixo da cama...

ruivinha disse...

tens que ouvir esta musica na versão do contra informação! e digote...o rapaz que cantava por ele cantava MELHOR que o pedrinho. Se se pode chamar este género de cantar:p